Eu ainda sei dos seus problemas, nós conseguimos conversar. Você me liga, a gente ri; eu te dou conselhos, escuto suas dicas, opino sobre a sua roupa, te dou parabéns, leio seus posts no Facebook, curto as suas fotos, escuto as nossas músicas preferidas, as vezes consigo participar de alguma festa de família por alguns minutos, mas já não consigo segurar sua mão enquanto ouço seus problemas, não conseguimos rir abraçadas, não posso mais opinar sobre a sua roupa deitada em sua cama, nem brindar com você no seu aniversário. Eu estarei presente na festa até o momento em que tiverem que desligar a transmissão. Nós poderemos sincroniza nossas mãos pela câmera com a singela intensão de fazer parecer que estão se tocando de verdade, mas entre elas haverá um tela fria e sem amor. Hoje sou uma presença virtual, mas uma ausência física. A ausência de calor humano perto das paixões que deixei para trás em busca do meu objetivo. Deixei para trás amigos e familiares que torcem pelos meus objetivos e vibram com as minhas conquistas e que sentem muita falta do som da minha risada longe dos auto-falantes. Hoje eu vivo uma realidade longe de casa, uma realidade de cruza um oceano. Eu inicio a minha vida a dois, mas com saudade daquilo de deixei para trás. A partida é sempre dolorida e a ausência daqueles que deixei jamais será superável. Nossos encontros se tornarão escassos por um tempo, até o reencontro permanente, quando talvez, eu decidir voltar.
